Sábado, 16 de Outubro de 2004
M. Ferreira Leite riscada das listas para o congresso da «laranja»
Será mais uma estrategia de silenciamento?
Duisenberg acerca de Ferreira Leite:
«Ela foi muito corajosa ao fazer o que tinha que ser feito. A ambição de qualquer político é ser popular e admiro realmente muito Manuela Ferreira Leite pela firmeza com que tomou medidas impopulares e pôs o interesse do país em primeiro lugar»
Imposto automóvel vai aumentar!
Cerca de 2%! Isto deve ser para para envelhecer ainda mais o parque automovel português. É triste, pois já temos os carros mais caros da europa!
Sexta-feira, 15 de Outubro de 2004
Censura
A "mão invisível" manifesta o seu profundo descontentamento devido às pressões exercidas sobre a TVI para despedir o Profº Marcelo.
Marcelo a "mão invisível" está solidária contigo.
Roleta russa
Antes de mais quero dar os parabéns à nossa selecção! que grandes golos aqueles!
Cá estou eu de volta na mão invisível
Depois de uma semana de trabalho, chega o fim de semana para começar a descansar!
Para além disso, existe a oportunidade de vos escrever mais uns artigos!
Reconversões profissionais
Encontra-se em fase de implementação o programa de reconversão profissional para jovens licenciados em situação de desemprego, que permitirá, num espaço relativamente curto, a obtenção de uma segunda licenciatura em áreas de empregabilidade assegurada.
Contudo uma análise detalhada do quadro revela situações como as seguintes (apenas a título de exemplo):
Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro existem 10 vagas em Economia destinada a licenciados nas áreas do Direito, Sociologia ou Relações Internacionais. Daqui se concluiria que Economia seria uma área de elevada empregabilidade. Contudo na mesma Universidade existe uma licenciatura em Trabalho Social destinada a reconverter, entre outros, licenciados em Economia.
Em quase todas as Instituições de Ensino Superior Público existem cursos destinados a reconverter licenciados em Relações Internacionais o que nos leva a concluir que esta é uma licenciatura de baixa empregabilidade. Contudo na Universidade Lusíada existem 20 vagas, 8 com direito a bolsa paga pelo Estado, para obter uma licenciatura em Relações Internacionais.
Na Universidade de Coimbra existem 4 vagas em Arquitectura, destinadas a reconverter licenciados em Arquitectura.
De acordo com a informação disponível no mesmo site poderão ser apoiados, através da concessão de bolsa, 1067 alunos: 864 no ensino público e 203 no ensino não público. Dado a bolsa corresponder ao valor do salário mínimo nacional acrescido do valor das propinas, isto significa que o Estado poderá gastar com este programa mais de 5 milhões de euros. Valor que me parece demasiado elevado para um programa de resultados tão duvidosos. A não ser que o que se pretenda seja atingir outros objectivos como seja, por exemplo, financiar extraordinariamente algumas Escolas do ensino superior.
Quinta-feira, 14 de Outubro de 2004
Que grande reconversão!!!! (do dinheiro do contribuinte claro!)
Encontra-se em fase de implementação o programa de reconversão profissional para jovens licenciados em situação de desemprego, que permitirá, num espaço relativamente curto, a obtenção de uma segunda licenciatura em áreas de empregabilidade assegurada.
Contudo uma análise detalhada do quadro revela situações como as seguintes (apenas a título de exemplo):
Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro existem 10 vagas em Economia destinada a licenciados nas áreas do Direito, Sociologia ou Relações Internacionais. Daqui se concluiria que Economia seria uma área de elevada empregabilidade. Contudo na mesma Universidade existe uma licenciatura em Trabalho Social destinada a reconverter, entre outros, licenciados em Economia.
Em quase todas as Instituições de Ensino Superior Público existem cursos destinados a reconverter licenciados em Relações Internacionais o que nos leva a concluir que esta é uma licenciatura de baixa empregabilidade. Contudo na Universidade Lusíada existem 20 vagas, 8 com direito a bolsa paga pelo Estado, para obter uma licenciatura em Relações Internacionais.
Na Universidade de Coimbra existem 4 vagas em Arquitectura, destinadas a reconverter licenciados em Arquitectura.
De acordo com a informação disponível no mesmo site poderão ser apoiados, através da concessão de bolsa, 1067 alunos: 864 no ensino público e 203 no ensino não público. Dado a bolsa corresponder ao valor do salário mínimo nacional acrescido do valor das propinas, isto significa que o Estado poderá gastar com este programa mais de 5 milhões de euros. Valor que me parece demasiado elevado para um programa de resultados tão duvidosos. A não ser que o que se pretenda seja atingir outros objectivos como seja, por exemplo, financiar extraordinariamente algumas Escolas do ensino superior.
Segunda-feira, 11 de Outubro de 2004
E o prémio vai para....
Eduard Prescott e Kydland foram hoje laureados com um prémio Nobel da Economia, pelos seus trabalhos na área de Politica Monetária e Nova Macroeconomia!
Domingo, 3 de Outubro de 2004
Curioso! Experimentem ver a fotografia a um ângulo de 90º
Os netos que paguem a crise
Era uma vez, há muitos muitos anos, uma família feudal com dificuldades financeiras. Sabendo que entre os seus servos alguns tinham feito um pé-de-meia para a reforma, decretaram a sua entrega aos cofres.
«E como vamos nós pagar as nossas sopas quando já não pudermos trabalhar?», choravam os servos. «Não se preocupem», disse paternalmente o senhor, «nós tomaremos conta de vós, pagaremos as vossas sopas». Mas como vão fazer isso? Com o dinheiro dos nossos filhos não pode ser, porque quase não temos filhos. Não se preocupem, ia insistindo o senhor.
Passados anos, já com o sucessor do senhor, não havia afinal dinheiro para pagar as sopas dos servos anciãos. O novo senhor ainda tentou ir de novo buscar uns pés-de-meia aos mais novos. Mas não havia praticamente nada ou estava tudo tão privado que era preciso invadir as casas com decretos de apropriação que (ainda) não eram lá muito bem vistos. Mas a fome, entre os idosos, e os tributos, sobre os outros servos, estavam a alimentar a revolta e a ser uma ameaça ao lugar do senhor. Deste e de outros com quem havia um acordo de não cunhar moeda, para garantir o seu valor. A União dos senhores reuniu-se então e resolveu ficar um pouco menos exigente na cunhagem de moeda e lá distribuíram pensões e baixaram tributos. Servos e anciãos, felizes, foram às compras. Mas passado um mês decobriram que, em vez de uma moeda, já precisavam de um saco de moedas «para comprar um quilo de feijão». Mordiscavam e mordiscavam a moeda e iam descobrindo que, afinal, valia menos que antigamente. E revoltaram-se. Os senhores feudais pensaram e pensaram. Tinham de se apropriar de tudo. Casas e lojas dos artesãos tinham de passar a pertencer ao senhor feudal, com todos os tostões que iam gerando. Se não o fizessem eles, alguém , mais igual que os outros, o faria...
Uma estória que promete ser a nossa história. Incapaz de resolver o problema das finanças públicas, estamos a «rapar» os fundos de pensões, ontem do BNU e dos CTT, hoje da CGD, da ANA e da NAV, e mais que existam. Nós e outros, como a França, por essa Europa fora. Não estamos a resolver o problema do Estado previdência, tentando salvar o que tem d ebom. Estamos a enviar a factura actual para o futuro. Filhos e netos, como alertou um economista, vão ter de enfrentar tempos de alta inflação ou mais uma onda de nacionalizações. O futuro a pagar a crise não é uma solução. É um problema.
Liberais?
Temos assistido, perplexos, a intervenções que revelam uma grande falta de sensatez num Governo defensor do mercado.
Dois exemplos. Um é o da Galp. Como é que um Governo pode anunciar que vai vender uma refinaria que pertence a uma empresa com accionistas privados?
O outro caso é o da Brisa/Scuts. Como é que o Governo pode andar a dizer que anda a pensar entregar a exploração das Scuts à Via Verde, que pertence à Brisa, uma empresa cotada? Não sabe que isso afecta a cotação da empresa e lança ruído no mercado, para o proveito de alguns? António Mexia tem a obrigação de saber isso. Num país normal, o anúncio seria apenas o da decisão, ao mesmo tempo que a empresa comunicava o facto, relevante, a todo o mercado.
São histórias lamentáveis, que se aproximam mais das relações do Estado da Rússia com a Yukos que do mercado