Quinta-feira, 13 de Abril de 2006
Berlusconi e Portugal
Sem um poder central europeu e que vá a votos com regularidade a Europa do euro está condenada a transformar-se num cemitério de governos nacionais.
Apesar do suspense das sondagens à boca das urnas, e dos eventuais pedidos de recontagem, à hora que escrevo este texto parece claro que Romano Prodi venceu Berlusconi nas eleições italianas. O resultado em si não é surpreendente. Não tem acontecido outra coisa na Europa desde que o euro entrou em vigor. Governos atrás de governos são derrotados nas urnas. Foi assim em Espanha com o PP (apesar dos atentados de 11 de Março), foi assim em Portugal, com a coligação PSD-PP; foi assim na Alemanha, com Merkel a derrotar Schröeder. Se olharmos pelo mapa da Europa, com uma ou outra excepção, encontramos uma tendência: desde que o euro entrou em vigor, as dificuldades de um governo ganhar um segundo mandato aumentaram imenso, tornando quase impossível a tarefa.
Berlusconi foi mais um numa lista que ameaça crescer em cada ano que passa. É óbvio que, tanto a esquerda que o derrotou nas urnas, como a inteligensia europeia, preferem pensar que esta derrota não é mais que o justo castigo para um político espalhafatoso, desbocado, suspeito de ilegalidades várias e pouco credível. É certo que a personalidade da criatura suscita paixões e ódios, mas não invalida o essencial, e o essencial é que a Itália, como os outros países do euro, ficou tremendamente condicionada nas suas capacidades, e o resultado é uma economia apática, em perda, e um povo inseguro e descrente no futuro.
Quando desenharam e implementaram o euro, a maior parte dos políticos europeus não teve certamente a consciência de que estava a colocar a cabeça no cepo. Ao transferirem poderes para o Banco Central Europeu e para outros órgãos comunitários, os políticos nacionais perdiam algumas das mais poderosas armas políticas ao seu dispor. Perdiam a possibilidade de emitir moeda, a possibilidade de fazer variar a taxa de juro, a possibilidade de desvalorizarem a sua moeda, a possibilidade de emitirem dívida pública, e a possibilidade de terem deficits orçamentais elevados. De uma assentada, entregavam as metralhadoras, os rockets, as pistolas e as balas de toda a sua parafernália de poderes económicos. Na prática, perdiam muito poder, ficando limitados na sua actuação à política fiscal. Porém, entregaram os poderes mas não entregaram as responsabilidades. Aos olhos dos cidadãos de cada país, não passou a existir um poder central europeu que pudesse ser responsabilizado pelos males da economia, e a culpa de todos os males continuou a ser imputada aos governos nacionais. Estes, atarantados, apertados pelo torniquete das regras do euro, passaram a vítimas frágeis das crises económicas. A crise aperta, Bruxelas não deixa, vai-se a votos e cai o Governo. O filme passa em muitos cinemas europeus e o fim é sempre o mesmo, como agora se viu em Itália.
Até porque, como em Portugal, em Itália a economia foi habituada a trinta anos de desvalorização da moeda, para poder competir. O choque com um euro forte é devastador, e lá como cá, os governos tentam, mas os resultados são desastrosos, e perdem as eleições. José Sócrates devia reflectir nisto. Por mais que as expectativas tenham mudado em Portugal, por mais choques tecnológicos que se administrem aos indígenas, a verdade é que a economia real sofre com o euro e vai demorar décadas até se adaptar e transformar. Não se muda um país em cinco anos. É muito mais fácil mudar de governo, e atirar borda fora aqueles que o povo considera responsáveis pela crise que sente no bolso.
Os europeus quiseram uma Europa próspera, mas começaram pela economia, esquecendo a política. Sem um poder central europeu legítimo aos olhos do cidadão, e que vá a votos com regularidade, a Europa do euro está condenada a transformar-se num cemitério de governos nacionais, e a prazo arrisca-se à paralisia. A derrota de Berlusconi não foi apenas a derrota merecida de um político carnavalesco, mas também a confirmação de que os governos europeus estão metidos numa armadilha diabólica.
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Segunda-feira, 3 de Abril de 2006
Utopias e realismos
Em política externa, o romantismo e as utopias sempre foram coutadas da extrema-direita e da extrema-esquerda.
Três anos depois da invasão do Iraque, é mais do que óbvio que as utopias que alimentaram a aventura produziram um resultado nefasto. Como quase sempre em política externa, não vale a pena acreditar em milagres, e é bem mais avisado ser céptico e prudente. A história da humanidade está cheia de sonhos de grandeza e conquista que acabaram em desgraça, boas e nobres ideias que só produziram tragédias e dor. Seja à esquerda, seja à direita, as utopias trouxeram horrores ao mundo. A gloriosa Revolução Francesa decapitou milhares de seres humanos em nome de belos princípios. As utopias comunistas, nazis ou fascistas, prometeram o céu e deixaram o inferno sobre a terra. Os belos ideais que defendiam a auto-determinação dos povos tiveram como consequência dezenas de guerras civis que massacram o planeta em várias regiões. E, quanto às utopias mais recentes, temos que o direito de ingerência conseguiu parar massacres mas não garantiu a paz e a estabilidade nos Balcãs, e a mudança de regime deu o resultado que deu no Iraque.
Desde o final da segunda guerra mundial e até ao início do século XXI, a maioria das utopias que conduziam o mundo eram de esquerda. Era a esquerda que queria lutar pelos direitos de auto-determinação dos povos, pelos direitos de ingerência, ou pelo fim da limpeza étnica. Com a guerra do Iraque verificou-se uma alteração drástica. Foi a direita, do Partido Republicano americano mas também grande parte da direita europeia, conservadora ou neo-liberal, que se alistou atrás de George W. Bush em defesa da guerra preventiva ao Iraque. Inesperadamente, as direitas americanas e europeias abandonavam décadas de princípios realistas, que haviam professado desde o final dos anos 40, e que tiveram o seu máximo expoente em Kissinger, uma personalidade particularmente odiada pela esquerda. Inesperadamente, tanto nas universidades como na imprensa americana, as vozes defensoras do realismo foram ultrapassadas pelas dos defensores das novas utopias. Na América, a facção realista do Partido Republicano emudeceu, incapaz de enfrentar Bush, Rumsfeld e os seus entusiásticos ideólogos. Perante a força crua do poder federal, perante os músculos exibidos pela administração, e confrontados com uma opinião pública traumatizada com o 11 de Setembro, os realistas hibernaram. Lá como cá, sempre que um deles levantava a cabeça era logo carimbado como anti-americano, rótulo que imediatamente o desqualificava e descredibilizava.
Inesperadamente também, o mesmo se passou em Portugal. O poder português, na altura nas mãos de Barroso e Portas, não teve dúvidas e alinhou com Bush entusiasmado. E os intelectuais de direita, de Luís Delgado a Pacheco Pereira, passando por Vasco Rato e Helena Matos, abraçaram com paixão a utopia de um Iraque democrático, qual farol que iria iluminar o Médio Oriente, e desataram a colocar o rótulo de anti-americano a quem os contestasse. A nenhum deles ocorreu que estavam a romper com a sua própria tradição intelectual, realista, pregada em anos de récitas e artigos inteligentes sobre o erro que era acreditar em utopias de esquerda... A nenhum deles ocorreu que, ao chamarem anti-americano a quem criticava Bush, estavam a fazer precisamente o mesmo que os comunistas no pós-25 de Abril, que chamavam fascistas a qualquer ser humano que não quisesse levar o país a caminho do socialismo.
Agora, com o Iraque em sangue e o Médio Oriente à beira do abismo, seria importante os pensadores de centro-direita regressarem à sua tradição realista, e abandonarem de vez as excitações românticas mas pouco lúcidas que lhes animaram a alma há três anos. Em política externa, o romantismo e as utopias sempre foram coutadas da extrema-direita e da extrema-esquerda. Que o PP, à direita, ou os bloquistas e os comunistas, à esquerda, defendam utopias disparatadas, é compreensível. O que é pena é que pessoas lúcidas e cultas o façam também.
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Utopias e realismos
Em política externa, o romantismo e as utopias sempre foram coutadas da extrema-direita e da extrema-esquerda.
Três anos depois da invasão do Iraque, é mais do que óbvio que as utopias que alimentaram a aventura produziram um resultado nefasto. Como quase sempre em política externa, não vale a pena acreditar em milagres, e é bem mais avisado ser céptico e prudente. A história da humanidade está cheia de sonhos de grandeza e conquista que acabaram em desgraça, boas e nobres ideias que só produziram tragédias e dor. Seja à esquerda, seja à direita, as utopias trouxeram horrores ao mundo. A gloriosa Revolução Francesa decapitou milhares de seres humanos em nome de belos princípios. As utopias comunistas, nazis ou fascistas, prometeram o céu e deixaram o inferno sobre a terra. Os belos ideais que defendiam a auto-determinação dos povos tiveram como consequência dezenas de guerras civis que massacram o planeta em várias regiões. E, quanto às utopias mais recentes, temos que o direito de ingerência conseguiu parar massacres mas não garantiu a paz e a estabilidade nos Balcãs, e a mudança de regime deu o resultado que deu no Iraque.
Desde o final da segunda guerra mundial e até ao início do século XXI, a maioria das utopias que conduziam o mundo eram de esquerda. Era a esquerda que queria lutar pelos direitos de auto-determinação dos povos, pelos direitos de ingerência, ou pelo fim da limpeza étnica. Com a guerra do Iraque verificou-se uma alteração drástica. Foi a direita, do Partido Republicano americano mas também grande parte da direita europeia, conservadora ou neo-liberal, que se alistou atrás de George W. Bush em defesa da guerra preventiva ao Iraque. Inesperadamente, as direitas americanas e europeias abandonavam décadas de princípios realistas, que haviam professado desde o final dos anos 40, e que tiveram o seu máximo expoente em Kissinger, uma personalidade particularmente odiada pela esquerda. Inesperadamente, tanto nas universidades como na imprensa americana, as vozes defensoras do realismo foram ultrapassadas pelas dos defensores das novas utopias. Na América, a facção realista do Partido Republicano emudeceu, incapaz de enfrentar Bush, Rumsfeld e os seus entusiásticos ideólogos. Perante a força crua do poder federal, perante os músculos exibidos pela administração, e confrontados com uma opinião pública traumatizada com o 11 de Setembro, os realistas hibernaram. Lá como cá, sempre que um deles levantava a cabeça era logo carimbado como anti-americano, rótulo que imediatamente o desqualificava e descredibilizava.
Inesperadamente também, o mesmo se passou em Portugal. O poder português, na altura nas mãos de Barroso e Portas, não teve dúvidas e alinhou com Bush entusiasmado. E os intelectuais de direita, de Luís Delgado a Pacheco Pereira, passando por Vasco Rato e Helena Matos, abraçaram com paixão a utopia de um Iraque democrático, qual farol que iria iluminar o Médio Oriente, e desataram a colocar o rótulo de anti-americano a quem os contestasse. A nenhum deles ocorreu que estavam a romper com a sua própria tradição intelectual, realista, pregada em anos de récitas e artigos inteligentes sobre o erro que era acreditar em utopias de esquerda... A nenhum deles ocorreu que, ao chamarem anti-americano a quem criticava Bush, estavam a fazer precisamente o mesmo que os comunistas no pós-25 de Abril, que chamavam fascistas a qualquer ser humano que não quisesse levar o país a caminho do socialismo.
Agora, com o Iraque em sangue e o Médio Oriente à beira do abismo, seria importante os pensadores de centro-direita regressarem à sua tradição realista, e abandonarem de vez as excitações românticas mas pouco lúcidas que lhes animaram a alma há três anos. Em política externa, o romantismo e as utopias sempre foram coutadas da extrema-direita e da extrema-esquerda. Que o PP, à direita, ou os bloquistas e os comunistas, à esquerda, defendam utopias disparatadas, é compreensível. O que é pena é que pessoas lúcidas e cultas o façam também.
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Um, dois, três: as lições da IBM
Quando a IBM era menor atacou e ganhou, depois, quando já era maior começou a perder quota de mercado para empresas muito mais pequenas.
Em 15 anos a IBM deu origem a 3 best-sellers. O primeiro em 1987: IBM, como a empresa de maior sucesso no mundo é gerida (por D. Mercer). O segundo em 1993: Big Blues: o desastre da IBM (por P. Carrol). E finalmente em 2002: Quem disse que os elefantes não podem dançar (por L. Gerstner).
Estes 3 livros correspondem a outras tantas fases do gigante informático.
Primeiro houve a ascensão. Quando a IBM atacou empresas muito maiores (Remington Rand, ATT, GE, Olivetti, ICL, Bull) com tal sucesso que a indústria ficou conhecida como a Branca de Neve (a IBM) e os 7 anões (a concorrência). Estes, aliás, não consideravam a IBM como um concorrente, mas como o ambiente, e assim esperavam que ela lançasse um modelo para depois lançar o seu equivalente 10/20% mais barato.
Se quando a IBM, era menor, atacou e ganhou, depois, quando já era maior e lhe bastava defender a indústria que dominava, começou sistematicamente a perder quota de mercado para empresas muito mais pequenas. As quais se apropriaram de parte dos seus segmentos. Os nomes? Microsoft, Compaq, Packard, Bell, Sun, HP, Oracle, Lotus e Intel.
Resultado? A IBM teve que vender a sua divisão de fotocopiadoras (à Kodak); de telefones (à Siemens); e de satélites (à então MCI). Em apenas 3 anos (91, 92, 93) teve 17,5 milhares de milhões de dólares de prejuízos. A sua quotação de mercado reduziu-se em 75 mil milhões de dólares. E a força de trabalho em 1/3 (de 400 para 260 mil empregados).
Provando que nada está verdadeiramente escrito, L. Gerstner conseguiu depois recuperar a empresa (fase actual: III), embora nunca para a proeminência anterior.
Lições? Três. Primeiro: pode-se ser pequeno e ganhar (fase I da IBM). E grande e perder (fase II da IBM). O tamanho ajuda, facilita. Mas não é nem condição necessária, nem muito menos suficiente. Tamanho não garante competitividade. Estratégias e tácticas, sim. Não é preciso ser-se grande para se ter estratégia, mas é preciso ter-se estratégia para se vir a ser grande.
Segundo: se a área de actuação de uma empresa crescer muito rapidamente, a empresa corre o risco de sobre-estender os seus recursos. Foi o que aconteceu à IBM: ao hardware juntou todo o tipo de serviços de software, depois equipamento telefónico, depois de satélite e de copiadoras e por fim até serviços de consultoria técnicos, financeiros e de estratégia prestava.
Peixe grande, aquário pequeno, peixe grande. Peixe grande, aquário grande, peixe pequeno. Permitindo aos especialistas (Oracle, Microsoft, Dell, Silicon Graphics, Sun, etc.) apropriarem-se de partes do mercado da IBM.
Terceira e última lição: nenhuma entidade (empresa, país, pessoa), está condenada a um declínio irreversível. Tudo é gerível. Desde que se tomem as medidas adequadas é possível criar ascendente e inverter o declínio. Até porque é na derrota que se aprende a ganhar (S. Bolívar). E a maior glória não é nunca ter perdido, mas sim, recuperado após a derrota (Confucio).
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O nacionalismo e as direitas
As direitas perceberam que os tempos não estão para liberalismos e regressam à sua antiga tradição, a cega paixão do nacionalismo.
Os exemplos vão-se sucedendo pelo mundo fora. No Canadá, o governo conservador, eleito à custa da retórica dura contra os imigrantes ilegais, já começou a expulsá-los. Portugueses, gregos, espanhóis e muitos outros, são tratados como cidadãos desprezíveis e colocados no check-in do aeroporto, só com bilhete de ida. Nos Estados Unidos da América, circula pelo Congresso uma lei de imigração duríssima, que promete o inferno aos ilegais. Los Angeles já viu uma das maiores manifestações de sempre de que há memória, contra tal lei, mas os duros não parecem comover-se com a malta na rua. Há já quem fale, sem um pingo de vergonha na cara, em construir um muro, (sim, leram bem, um muro) que separe o México dos Estados Unidos, pondo fim à grande corrida mexicana para entrar na América.
Na Dinamarca, o actual governo chegou ao poder graças a uma retórica violenta contra os imigrantes, no caso muçulmanos, e faz pontuais alianças com o partido de extrema-direita, que propõe a expulsão imediata de muitos deles, o que talvez explique certos cartoons. Na Holanda, ruiu com estrondo a utopia do multiculturalismo, e há pulsões fortíssimas para escorraçar do país milhares de ilegais, de todas as raças. Em Itália, semana sim, semana não, há um ministro do governo de Berlusconi que se sai com uma pérola verbal de ataque aos imigrantes, prometendo fúria e ranger de dentes para os incumpridores ou os recalcitrantes.
A tendência parece ser geral. Abandonados os objectivos reformistas e liberais, que nos anos 80 e princípios de 90 alimentaram o discurso das direitas americana e europeia, estão de regresso as paixões nacionalistas, os discursos duros, as posições de força. Como se viu no caso da Alemanha, onde o discurso liberal de Angela Merkl quase conduzia a uma derrota eleitoral, as direitas perceberam que os tempos não estão para liberalismos e regressam com rapidez às sua antiga tradição, a cega paixão do nacionalismo. E, é preciso reconhecê-lo, têm conseguido vitórias eleitorais com isso. No mundo glogal, com competição permanente, este discurso reactivo e defensivo é extremamente popular. Não só no caso da imigração, mas também noutros casos. Perante qualquer OPA de uma empresa estrangeira sobre uma nacional, de imediato os países europeus fazem marcha-atrás nos seus belos propósitos, colocam o ideal do mercado único na gaveta, e desatam a defender os campeões nacionais, boicotando as OPA estrangeiras.
Seja no continente americano, seja no europeu, o discurso nacionalista está de volta em todo o seu esplendor, como bem o percebeu o senhor Portas, que o defende nas suas prédicas televisivas. Para ele, como para muitos políticos americanos ou europeus, o que está em causa não são questões de princípio, nem ideais. O que está em causa é uma coisa muito simples e básica: estes discursos dão votos, e o resto é conversa para entreter criancinhas antes de adormecerem.
Convém lembrar que a política é sobre isso: como conquistar o poder. Nos anos 80, quando a Europa e a América pareciam anémicas e paralisadas, o discurso liberal, do menos Estado, melhor Estado, foi um discurso popular, que permitiu à América vencer a Guerra Fria e relançar-se economicamente, e que permitiu a criação de uma União Europeia vigorosa. Ou seja, o discurso liberal pegou porque foi popular, venceu eleições, e mudou os países.
Vinte anos depois, o discurso liberal continua bonito mas já não rende votos. Está a ser substituído pelo discurso nacionalista, que hostiliza a imigração, que defende o produto e a empresa nacional, e que pratica políticas musculadas, de retórica dura, e acção concreta. Percebendo que esse discurso é popular, e que lhe pode permitir o assalto e a conquista do poder, as direitas americanas e europeias correm para ele sem hesitação. Não é uma surpresa. Surpresa é o PSD português ainda não ter entrado nessa onda. Mas, como sempre, em Portugal as modas costumam chegar com algum atraso...
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