Sábado, 20 de Agosto de 2005
Nankai High School

Por:

Jorge A. Vasconcellos e Sá



Num país como a China, seria de esperar uma educação sob a influência do igualitarismo (por baixo) da doutrina socialista/comunista; e de obediência (à hierarquia) da filosofia de Confúncio.

Ou seja, padrões de mediocridade e conformismo.

É por isso surpreendente quando o Financial Times nos traz informação sobre o liceu Nankai. Localizado numa cidade portuária a 1h30m de carro de Pequim, este liceu mantém os seus valores inalterados desde a fundação em 1904, (tendo tido que fechar durante alguns dos anos loucos da revolução cultural, na década 60).

O modelo deste liceu baseia-se em três pilares: missão; conceitos e métodos.

A missão é “cultivar talentos excelentes e inovadores para as universidades chinesas”. Isto é, “preparar as fundações dos líderes futuros”.

Em consequência desta missão, o liceu de Nankai vê-se a si próprio como uma marca. E as marcas são promessas às sociedades: “se nos comprar entregaremos o prometido”.

Isto é, as marcas publicitam os conceitos. A entrada do liceu está forrada de quadros anunciando os sucessos antigos e nos últimos exames de entrada para a universidade: um aluno teve a melhor nota numa disciplina em toda a cidade (8 milhões); outro grupo conseguiu a maior média de sempre do liceu; etc.

Finalmente os métodos garantem que a marca cumpre a missão. No caso da Nankai High School eles são três. O primeiro dos métodos é a adaptabilidade (inovação), que se traduz na contínua mudança dos cursos optativos oferecidos.

O segundo método é o culto do individualismo, do pensamento diferente e do incentivo ao debate e divergência.

O terceiro é a perseverança e a diligência: “queremos que os alunos aprendam o valor do esforço, porque só através dele se alcança o sucesso”.

Em resultado, os alunos do liceu de Nankai são uma verdadeira lista de “quem é quem” na China. Desde Zhou Enlai ex-primeiro ministro de Mao-Tse-Tung, até War Jiaboo, actual número um do governo, passando por Wu Dayon ex-número dois dos nacionalistas de Chiang Ki-Shek em Taiwan.

Ou seja, os muitos líderes, quer comunistas, quer dos seus inimigos nacionalistas, têm suas raízes no mesmo sítio. Num liceu onde se cultiva o trabalho, o individualismo e a inovação.

Valores que melhorando cada um, beneficiam todos: pelo exemplo e pela contribuição.

O ensino em Portugal? Com excepções de ilhas de excelência, é o oposto: a preguiça, sob o pseudónimo do diálogo; a conformidade no lugar da inovação; e o desleixo em vez da iniciativa. Logo, colhe-se aquilo que se semeia: “Pelos seus frutos os conhecereis”
(Mateus: 7:16).



publicado por psylva às 19:46
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2 comentários:
De FERREIRA a 20 de Agosto de 2005 às 20:11
Todas as tuas questões são pertinentes, são verdadeiras.......mas por detrás de todas elas....há a tal MÃO INVISIVEL, mas dessa não se fala, ninguem fala.......porque o medo não não é invisivel.

Nada do que está a acontecer no Mundo, é por acaso.......não, há a tal MAO INVISIVEL

UM ABRAÇO
E PROCURA ESSA MÃO..NÃO É MUITO DIFICIL...JÁ AGORA VISITA O BLOG WWW.LATF.BLOGS.SAPO.PT


De FERREIRA a 20 de Agosto de 2005 às 20:10
Todas as tuas questões são pertinentes, são verdadeiras.......mas por detrás de todas elas....há a tal MÃO INVISIVEL, mas dessa não se fala, ninguem fala.......porque o medo não não é invisivel.

Nada do que está a acontecer no Mundo, é por acaso.......não, há a tal MAO INVISIVEL

UM ABRAÇO
E PROCURA ESSA MÃO..NÃO É MUITO DIFICIL...


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